Desde 1996, a Associação pelo Meio Ambiente de Juiz de Fora (AmaJF) desenvolve ações de conscientização sobre a importância de se preservar, reflorestar e despoluir o Rio Paraibuna. O presidente da AmaJF, Theodoro Guerra, defende que a implementação de ações e programas de gestão ambiental precisam levar em consideração áreas como educação, saúde, saneamento, obras públicas, zoneamento econômico, por exemplo.
O ambientalista afirma que Juiz de Fora, como a maioria das cidades brasileiras, sofre com a má gestão dos recursos naturais. “A primeira questão que deve ser focada é ter um corpo gestor técnico nos cargos de tomada de decisão. O secretário da pasta de meio ambiente, deve possuir formação da área e quanto maior for a sua experiência na área pública, melhor. Juiz de Fora tem pecado neste aspecto por 20 anos, aproximadamente.”
Tendo em vista a importância da gestão, o presidente da AmaJF aponta três pontos emergenciais que precisam de uma atuação mais efetiva: potencializar a área rural, implementar programa de arborização urbana e saneamento ambiental com foco na coleta seletiva. Abaixo ele discorre sobre as propostas:
- Potencializar a área rural do município através de programas de incentivo e fomento do proprietário rural. Bom exemplo disso é o PSA – Pagamento pelo Serviço Ambiental, onde o produtor recebe recurso financeiro para proteger suas reservas por trazer benefício para toda a sociedade (em especial, áreas de manancial). Preservar remanescentes florestais nestas áreas promove a conservação de patrimônio natural, em especial os recursos hídricos e a fauna.
- Implementar programa de arborização urbana que contemple toda a cidade. Pois, conforme estudos acadêmicos, Juiz de Fora possui bairros sem nenhum tipo de árvores/arbustos nas calçadas. São áreas de “bolsões de calor” que potencializam o efeito estufa e as consequências das mudanças climáticas.
- Saneamento ambiental com foco na coleta seletiva (importantíssimo para ampliação da vida útil do aterro sanitário e geração de renda para coletores de material reciclável) e no tratamento do Rio Paraibuna e seus afluentes (em especial na região da Cidade Alta e Bairro Linhares).
“Os desafios ou barreiras para o sucesso da gestão passa por influências políticas, pois os cargos comissionados, infelizmente, funcionam como moeda de troca nas administrações públicas. Corrigindo esse “vício”, poderemos ter um sucesso maior nas implementações das Políticas Públicas mencionadas nos itens acima”, diz Theodoro.
A AMAJF por meio do seu representante Isaac Newton de Oliveira,participou do curso Projetos de carbono em restauração, organizado pela Força Tarefa de Carbono GT Mecanismos Financeiros do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica juntamente com a Rede de ONG,s da Mata Atlântica.
O evento ocorreu no mês de outubro 2024 com 4 aulas online interativas sobre conceitos e mercado de carbono, aspectos legais, certificações, e apresentação de outros projetos de carbono em andamento.
Já no mês de novembro 2024, foram três dias de aula presencial com discursões temáticas, palestras e práticas com simulações de projetos de carbono, realizadas em Piracicaba- São Paulo na Sede do Instituto IMAFLORA.
Este curso tem como fruto, o fortalecimento da Rede de ONG,s da Mata Atlântica e o Pacto de Restauração da Mata Atlânticas, assim neste curso, tivemos como eixo central desta capacitação , a elaboração de projetos de carbono de qualidade que tenha governança, equidade, integridade , e aplicação dos objetivos do desenvolvimento sustentável e com foco no fomento dos projetos de carbono como impulsionador no processo de aceleração na restauração da Mata Atlântica.
Próximos passos a serem definidos em novos encontros.